O recente avanço da tecnologia – a chamada transformação digital – tem causado impactos também na educação. O crescimento exponencial da internet, com a facilidade de disponibilizar conteúdos digitais de maneira mais rápida, além do barateamento de equipamentos como computadores e celulares, possibilitaram o acesso mais fácil de conhecimento pela população e o desenvolvimento de um amplo mercado de ensino a distância (EAD). Essa modalidade de ensino, por sua vez, ganhando um menor custo e uma maior cobertura geográfica, facilitou o acesso aos estudos por uma parte da população antes não atendida.
Um parâmetro que pode ser utilizado para observarmos a velocidade do avanço da tecnologia é a taxa de penetração de aparelhos celulares: há aproximadamente 20 anos, tínhamos 14 celulares para cada 100 habitantes (14% de penetração); cerca de 10 anos depois, atingimos a marca de 1 celular por habitante (100% de penetração). As tecnologias têm se difundido em um ritmo que o mercado tem citado como exponencial.
A rápida disseminação das tecnologias na educação pôde ser observada, dentre outros parâmetros, pelo crescimento dos cursos de EAD. Originalmente mais focado no Ensino Superior, devido às limitações definidas por lei, o EAD ganhou grande relevância por ocasião da pandemia, com a sua liberação não compulsória para a Educação Básica, contando com a aprovação do CNE para definição das diretrizes de ensino a distância nesse período peculiar de nossa história.
A modalidade de EAD ganhou bastante popularidade no Brasil nos anos 1990, com o surgimento do Telecurso 2000 pela Fundação Roberto Marinho (ainda vigente em canais como o TV Futura), que acumula hoje mais de 1,6 milhão de estudantes formados no Ensino Fundamental e Médio. A primeira versão do Telecurso foi criada em 1978, com o objetivo de ampliar o acesso à educação a milhares de brasileiros. Mas apenas em 1995, com o lançamento do Telecurso 2000, é que passou a ser implementado em salas de aula em todo o Brasil.